Segunda é dia de:




“(...) Sempre que der,
Mande um sinal de vida de onde estiver dessa vez.
Qualquer coisa que faça eu pensar que você está bem
Ou deitada nos braços de um outro qualquer, que é melhor
Do que sofrer...”

São cinco jovens: Leo Bianchini, Pedro Aaltério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni. Violonistas, além de se revezarem no baixo, na bateria e na percussão, suas primeiras apresentações foram restritas. Mas suas músicas e shows foram parar nas redes sociais. Deu-se o estouro. Saíram das pequenas salas, destinadas aos iniciantes, e ganharam as grandes, privilégio dos consa­grados. Impulsionados pelo energético boca a boca, consagraram-se como fenômeno musical.

Vários predicados permitem o feito: muito ensaio e afinação, improvisar, vocalizar, compor, cantar bem e uma exuberante presença de palco, o que os torna modelos de cobiça para moças e ideais de genro para pais. O 5 a seco faz o novo sem precisar apregoar. Carregam em si a marca jovial dos que arriscam. São modernos porque assim são no dia a dia. Vestidos como qualquer jovem da idade deles, parecem-se com eles. Trabalham como se brincassem. Divertem-se enquanto realizam o sonho de serem artistas.

Acostumados desde pequenos a ouvir boa música, trataram de mixar os sons da infância ao repertório que surgia à frente deles na medida em que cresciam e iam à luta. Suas composições refletem esse universo, e cada um trouxe o seu para o grupo. Letras de poética simples, harmonias e levadas suingadas, que embutem o que escutavam ontem e o que ouvem hoje, fazem suas músicas denotarem a certeza sublime de que a música brasileira, graças a músicos como eles, revigora-se sempre mais.

Dando continuidade ao pouco tempo de carreira desse grupo paulistano, acaba de ser lançado o DVD 5 a seco ao vivo no Auditório Ibirapuera (euforia produções), que traz um making off do qual participam Dani Black e Ivan Lins, e um CD. Bem cuidado pelo diretor Rafael Gomes, o trabalho tem competente iluminação de Silvestre Jr. e Carol Autran, além de uma cenografia criativa, que inclui diversos varais de metal, daqueles onde se prendem roupas para secar. Em dois desses, no centro do palco, penduram-se os violões, baixos e guitarras; vários outros, na vertical, além de contribuírem para iluminar a cena, parecem-se com pentagramas, posto que lâmpadas pequenas e arredondadas distribuídas entre as hastes sugerem notas semibreves. Belo efeito visual. Sem intromissões, as câmeras circundam o palco, expondo o que sentem os meninos músicos.

Lotada, a plateia sacode com a apresentação de cada música, tanto quando os cinco estão juntos quanto quando se dividem em duplas ou em trios. A alegria voa solta. A gargalhada vem fácil. O aplauso, generoso. à entrada de cada um dos convidados especiais, Maria Gadú, Lenine e Chico César, o teatro pega fogo. E eles arrasam, com interpretações convincentes, e dão ao show um acréscimo de combustível digno dos anfitriões.

De resto, os dois Pedros, mais o Tó, o Vinicius e o Leo se mostram artistas prontos. Ainda têm muito a aprender, é claro, mas se hoje já são o que são, crescendo eles serão mais um gigante na música popular brasileira.

Aquiles Reis (Site Oficial).


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